quinta-feira, 9 de junho de 2011

EDUCAÇÃO SEXUAL: PAPEL DA ESCOLA OU DA FAMÍLIA?

A princípio, deve-se saber que trabalhar o tema da sexualidade, não é fácil, mas um desafio tanto para família, quanto para escola. O importante é propiciar um clima de debate e discussão, que permita troca de pontos de vista, e dê liberdade para que qualquer tipo de dúvida possa ser esclarecida. Abordando todo tipo de assunto que permeie a vivência sexual, para que preconceitos e mitos sejam desconstruídos. Gerando assim, atitudes e concepções mais saudáveis e mais tranqüilas. Devemos caminhar para um relacionamento melhor entre pais e filhos, em que haja uma comunicação efetiva que permita o esclarecimento de dúvidas e que possibilite um compartilhar de sentimentos, emoções e experiências vividas. E acima de tudo, precisamos priorizar o respeito mútuo.

Importantes autores da Psicologia do Desenvolvimento, como John Bowlby, concordam que a qualidade do relacionamento familiar poderá influenciar emocionalmente na formação da personalidade do indivíduo. Além disso, Winnicott (2005), aponta que um ambiente suficientemente bom, que disponha afeto e cuidados à criança, são fundamentais para a constituição da subjetividade, e o desenvolvimento das habilidades necessárias para uma vida em comunidade. Em primeira instância, portanto, a educação sexual deve e começa em casa, pois será em casa que a criança apreenderá a base sólida para construir uma relação saudável com outra pessoa, e esta tarefa deve ser continuada pela escola. (SUPLICY, 1984).

A continuidade da Educação Sexual pela escola se explica pelo fato de que tal instituição é entendida hoje, como um espaço de esclarecimento de dúvidas e de formulação de questões, além de representar também, um espaço privilegiado para busca de possíveis soluções e de incentivo ao conhecimento. (BRAGA, 2002)

Em 1998, o Ministério da Educação incluiu a Orientação Sexual nos Parâmetros e Referenciais Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Neste documento, afirma-se a importância de que a escola possa oferecer um espaço específico para orientar, debater e tirar as dúvidas dos alunos sobre a sexualidade. (BRASIL, 1997) Isto porque, já se sabe que, a sexualidade constitui um dos elementos essenciais no processo de desenvolvimento humano. 

Sendo assim, a Educação Sexual na Escola deve objetivar, principalmente, abordar o assunto da sexualidade, das emoções e sentimentos envolvidos nos relacionamentos em geral, de forma positiva e saudável. Intentando-se, dessa forma, instigar os alunos a refletir e indagar sobre o tema transversal da sexualidade, e dentro desta temática, sobre as relações afetivas. Buscando sempre uma troca mútua de informações e esclarecimentos adequados no que tange à esta importante área do desenvolvimento humano.


REFERÊNCIAS


Bowlby, J. (1988). Cuidados maternos e saúde mental. São Paulo: Martins Fontes.
BRAGA, E. R. M. SEXUALIDADE INFANTIL: UMA INVESTIGAÇÃO ACERCA DA CONCEPÇÃO DAS EDUCADORAS DE UMA CRECHE UNIVERSITÁRIA SOBRE EDUCAÇÃO SEXUAL. Assis, 2002. 195p. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Faculdade de Ciências e Letras, Câmpus de Assis, Universidade Estadual Paulista.
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.
COSTA, Moacir. Sexualidade da Adolescência: Dilemas e Crescimento. 3. ed. São Paulo: L&PM Editores, 1986.
SUPLICY, MARTA. Conversando sobre sexo. Petrópolis: Vozes, 1984.
 WINNICOTT D. W. A família e o desenvolvimento individual. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

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